quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Prefiro nordestinos a bispo em jejum, diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta quinta-feira que o Estado não cederá na transposição do rio São Francisco, independente de manifestos ou da greve de fome do bispo d. Luiz Flávio Cappio. "É o projeto mais humanitário do meu governo. Entre a greve de fome e os 12 milhões de nordestinos que serão beneficiados pelo projeto, eu fico com os 12 milhões que serão beneficiados", disse durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Segundo Lula, só quem sofreu as dificuldades da seca sabe o que como é importante a transposição das águas do rio São Francisco e que o governo cumpriu todos os acordos feitos previamente para a obra. "Só quem carregou lata d'água na cabeça e viu sua cabrinha morrer sabe o que é o problema da seca. Tem que acabar com a indústria do caminhão pipa", comentou ao ser questionado sobre o tema. O presidente falou ainda que o Estado não pode ficar a mercê desse tipo de pressão, como a greve de fome do bispo.
O presidente disse que é contra greve de fome, mesmo tendo adotado mesmo procedimento na década de 80, quando ficou preso em São Paulo. Porém, lembrou que foi convencido por d. Claúdio Hummes a parar com o jejum. "Eu sou contra greve de fome, mas já fiz greve em 80, quando estava preso. Fui convencido a parar por d. Cláudio Hummes, que me disse que só quem tem o direito de dar ou tirar a vida é Deus. Fiquei seis dias de greve, tomava água com sal. Eu sei como é greve de fome. Dá uma fome", disse rindo.
"Espero que a Igreja diga para ele (Dom Cappio) o que disse para mim, que ele cumpra os preceitos cristãos. A igreja não se mete em questões técnicas. Espero que tenha juízo", salientou Lula.

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